Chipre, EUA, China, Europa, crise, Euro, PIB brasileiro, inflação. Está difícil ter assunto hoje em dia no risco de se tornar repetitivo. Mas repetindo tudo novamente, reafirmo o que falei no começo do ano, o panorama para a recuperação mundial continua repleto de problemas e o crescimento econômico é frágil.

O cenário global continua dividido e mesmo imersos na tal “globalização”, a economia recente nunca esteve numa posição como a atual, com uma série de eventos independentes (crescimento diferenciado dos países; crise em voga em algumas regiões e recuperação nas outras; inflação sem nenhum rumo concreto) e ao mesmo tempo, interdependentes (crise de 2008; crise europeia de 2010/2011; e a tentativa de reversão dos efeitos destes eventos).

Ainda não é certo se haverá uma reedição da crise devido à situação do Chipre ou se mesmo a problemática Europa deixará o problema nas mãos da Rússia, a maior interessada no assunto.

Mas por aqui, repetindo, o Ibovespa tem graves dificuldades em se firmar como uma opção crível de investimento, mesmo com as quedas recentes de juros e a total falta de uma cultura de investimento mostra agora seu resultado de maneira mais presente.

Já citei isso em diversos artigos aqui, como “Um Mercado Arrastado”, “Cenários para um mundo turbulento”, “A Bovespa não anda, SIMPLESMENTE”, entre outros e creio que somente um crescimento consistente da economia atrairá novamente o tal investidor pessoa física de volta às bolsas.

Mas como voltar às bolsas após tantas perdas e trapalhadas do passado? Aos que ainda insistem no mercado de renda variável local, lhes carrega o peso de buscar alternativas de ações viáveis em meio à uma liquidez reduzida. Boas ações nem sempre significam ações atraentes ou mesmo líquidas.

IPOs desastrosos, excesso de governo em empresas de capital aberto, a própria crise deram à bolsa de valores um ar de “roleta russa” e de muito mais risco do que muitas vezes este mercado impõe.

A reconquista destes investidores demanda uma ação altamente coordenada entre as diversas entidades envolvidas, como a própria bolsa, os bancos e principalmente, as corretoras.

Ações do passado recente (quem não se lembra do “Best Brazil, “Bovespa vai à praia” ou da disputa entre as faculdades para a melhor carteira simulada) foram efetivas para reaproximar o mercado do público, porém anos de ganhos não foram suficientes para curar os traumas de 2008.

Deste modo, temos um novo e doloroso caminho pela frente para trazer de volta o apetite e confiança pelo Ibovespa, mas confessemos, não é nada fácil.