Na minha humilde opinião, o ser humano passa por alguns estágios que definem sua posição neste planeta e muito disso, tem a ver com questões culturais, mas acima de tudo, da qualidade e do alcance da educação oferecida por cada país

Grosso modo, dividiria os estágios da humanidade em:
Barbárie;
Subdesenvolvimento;
Educação;
Desenvolvimento;
Civilidade;
Utopia.

Infelizmente, ainda hoje em dia todos os estágios continuam presentes, ainda que estejamos num dos melhores momentos da raça humana. 

O ponto em comum a todos, seria exatamente a quantidade e qualidade de conhecimento e informação disponível através, principalmente, da educação. A gradação segue a linha mencionada acima, ou seja, uma nação, um grupo, uma ideologia, um meio, quanto menor o acesso e o alcance  da educação, maiores as chances de se aproximar do que se poderia considerar como uma barbárie, que é o domínio da ignorância, da superstição, da aversão à ciência, da violência despropositada e do fundamentalismo. 

Na linha oposta, o acesso irrestrito à informação e educação de alta qualidade aproxima o ser humano do que seria considerado uma utopia, onde os indivíduos na sua maioria medem cada uma suas ações pelas consequências que elas tem no coletivo humano, sejam elas quais forem. 

Eis o ponto em que quero chegar.

Ainda que o Brasil tenha erradicado parte do seu analfabetismo e tenha dado maior acesso à educação superior, isso não nos livrou do subdesenvolvimento, dada a baixa qualidade do que é oferecido e do alcance ainda muito limitado. 

As consequências são visíveis aos olhos, com baixo desempenho nos índices internacionais. Porém, outra consequência, além do péssimo tratamento àquilo que é público, como a bicicleta da foto acima (sim, ela é pública, não estatal, mas pública) está na produtividade.

Esta mesma produtividade é e será um grave entrave ao crescimento brasileiro, pois no último caso, demonstra que o estoque de mão de obra disponível para a retomada de um ciclo de atividade econômica robusta é muito menor do que aquele observado pelas pesquisas a domicílio e índices de desemprego.

A mensuração do tal “hiato do produto”, argumento utilizado por 7 entre 10 economistas para justificar uma política monetária que beiraria o irresponsável falha em capturar tal distorção, principalmente ao discorrer sobre o estoque de mão de obra. 

Alguns países consideram falho a inferência pelo filtro HP (Hodrick–Prescott), indicando que o melhor seria medir o hiato pela função de produção, com o uso de 3 variáveis intermediárias como produtividade total dos fatores, estoques de capital e trabalho. 

A distorção viria neste ponto, pois pela função da produção, o hiato no Brasil seria ainda maior que a média citada pela maioria de 3%. Eis a distorção, pois a PTF levaria em conta progresso técnico, economias de escala e utilização de capacidade instalada, mas acima de tudo  os ganhos de produtividade vem da melhora do capital humano, coisa que aparentemente não ocorreu no Brasil.

Em caso de um crescimento econômico robusto, duradouro e baseado no setor privado, com qual velocidade será absorvido o estoque de mão de obra já qualificada? 

Na velocidade proposta pelo fechamento teórico do hiato do produto e das medidas de desemprego natural e PIB potencial ou é relevante imaginarmos que a baixa qualidade da educação e o limitado estoque de mão de obra qualificada não exercerão papel decisivo neste fechamento? 

Esta mesma baixa produtividade se reflete na qualidade da educação, ou seja, professores mal formados e remunerados formam cidadãos mal formados e possivelmente mal remunerados.

Muito me preocupa a falta de um plano nacional de educação, com metas bem definidas e foco na educação básica e na educação técnica, pois sim, esta deve ser uma meta do governo FEDERAL.

Muitos dizem que a baixa qualidade da educação básica não foi culpa do governo anterior, por ser responsabilidade de estados e municípios. Porém, a culpa exatamente é FEDERAL por não determinar um plano nacional e “investir” numa educação superior que tem trazido resultados questionáveis.

Acho louvável a iniciativa do meu deputado estadual danieljosebr sobre ICMS e a educação (pesquisem), porém o esforço deve ser nacional e irrestrito, pois sem isso, estamos fadados mais uma vez a dar o tradicional e tão brasileiro voo de galinha na economia e perder a chance única de mudar este país de maneira indelével.