O pêlo em ovo. É assim mesmo, com acento, pois não consigo aceitar essa nova norma. E é exatamente o que está acontecendo nas bolsas de valores hoje.

Dentro da necessidade de uma realização de lucros, saudável diga-se de passagem, a Itália volta à tona com o leilão mal sucedido de seus títulos e o panorama de ganhos dá uma pausa no curto prazo.

O resultado das vendas ao varejo nos EUA, com alta de 1,1% no índice cheio e 1% quando exclusos veículos. Além disso, o preço das exportações americanas cresceu 0,8% no mês e o estoque de negócios também superou as projeções com alta de 1%.

Então, a economia americana está melhor do que as pessoas imaginam, ou melhor, projetam? Odeio esse tipo de resposta, mas sim e não. Sim, pois simplesmente os indicadores econômicos estão em plena resposta aos programas de estímulo econômico.

Mercado de trabalho, setor imobiliário e automobilístico, retomada da industrialização interna, todos estes são fatores que pesam positivamente neste momento. Para o lado negativo, está a questão politica, a qual foi preponderante na questão do Sequestration e também a imensa fragilidade desta recuperação.

Ela é frágil, pois os EUA dependem de um movimento quase coordenado de seus pares internacionais na mesma direção e neste momento a Europa está em quase voo solo em sua crise, com recuperação pontual das economias nórdicas e centrais e também depende de um bom desempenho asiático.

Mesmo assim, aqueles que preconizaram pelo fim da economia como conhecemos, ou mesmo pela derrocada da hegemonia americana devem ficar muito atentos, pois além do atual processo em andamento, nosso colunista Edson Mineiro chama a atenção para um fato que pode colocar os EUA numa posição que historicamente nunca mais perderá se os planos do gás de xisto e energias alternativas se concretizarem.

A analogia que mais usei no passado para ilustrar a situação americana era: “Evitem chutar esse cachorro morto, pois pode ser somente um pitbull desmaiado”.

Independente de seu viés político, social ou econômico, uma coisa é sempre inegável, a economia dos EUA continua mais preponderante no mundo do que nunca, seja para o bem ou para o mal.

Tendo isso em mente, sempre que analisarmos um investimento, seja ele de mercado ou produtivo, é de suma importância considerar em que “pé” estão os EUA neste momento, pois certamente, será de grande influência no futuro, seja qual for.

Quanto ao mercado, devemos realizar lucro essa semana, mas se a série de indicadores econômicos continuar nesta linha, dificilmente ela perdurará. A não ser que o tal OVO esteja podre e venha do velho continente.

 

Bons negócios.