Inflação controlada; Casas iniciadas sobem fortemente, porém licenças caem nos EUA

Bureau of Labor Statistics (BLS) acabou de divulgar a inflação ao varejo nos EUA, o CPI (Consumer Prices Index) a qual apresentou queda de 0,2% no índice cheio e 0,1% no núcleo (Proj. mercado: 0,2%; 0,2% (core)), o que evidencia menor pressão de demanda nos índices de preços e ainda conta com a queda de anual de 1,6% e mensal de 2,6% em energia, muito menor que a medição de fevereiro e a qual levou à contração do índice cheio no PPI divulgado semana passada. Ao 1,9% aa, a medida de núcleo fecha o mês abaixo da zona de conforto de 2,4% aa e tende a leve mudança nos próximos meses. Energia foi a maior contribuição negativa para o índice cheio, enquanto alimentação se manteve estável.

O núcleo do CPI reforça o cenário de manutenção dos juros baixos por parte do Federal Reserve, não somente como uma resposta à crise instalada em 2008, mas de modo manter os estímulos à economia, a qual necessita ainda de parâmetros sustentáveis de melhora. Outro fator importante é a ausência de transmissão da inflação ao atacado para o varejo, devido ao desemprego acima de 7%, maior seletividade dos consumidores e perspectiva de crescimento econômico ainda em dúvida, o que dificulta os canais de alta dos preços.

O índice de imóveis iniciados nos EUA apresentou forte alta de 7% (Proj. média de mercado: 3,3%) em março e construção de imóveis residenciais novos subiu para 1,036 mi unidades contra 968 mil revisadas para cima em fevereiro. Licenças para construção demonstraram o resultado inverso, com queda de 3,9%, após a alta em março de 2% com 902 mil pedidos, abaixo dos 942 mil projetados.

Ambos os índices costumam apresentar resultados difusos, pois sempre que o número de licenças sobe em um mês, o número de construções iniciadas sobe no mês seguinte e o mesmo ocorre na linha inversa. Mesmo assim, o maior problema da economia americana no curto prazo é a intensa necessidade de incentivos, sejam fiscais, tributários ou monetários, para que a economia consiga desempenhar o mínimo suficiente para o crescimento.

Os incentivos são importantes, porém o governo americano se encontra em total limite de recursos e a recuperação passa necessariamente pela recuperação do mercado de trabalho e conseqüentemente, do consumo.

 

DRIVERS DE MERCADO FINANCEIRO

JUROS: (ALTA) O aquecimento econômico americano pode se traduzir como alívio no dólar e conseqüentemente, menor pressão inflacionária global e local. O ainda mercado mira as declarações do governo;

DÓLAR: (BAIXA) A tendência para o câmbio é de valorização do Real frente ao dólar com resposta a indicadores econômicos nos EUA;

BOLSA: (ALTA) Sinais de aquecimento econômico são bem recebidos pelo mercado financeiro e pelas bolsas de valores.