Os EUA não despencaram abismo abaixo, esta é a primeira sensação de alívio do ano. Todavia, a isenção dos problemas está ainda muito longe de acontecer com a série de questões ainda em aberto.
Não estou pessimista nem otimista com a situação em geral, pois ao evitar o abismo fiscal, os EUA agiram muito mais no que cerne à confiança da população, empresários (principalmente os pequenos e médios) e dos investidores do que sob os efeitos concretos caso o abismo ocorresse.
Em termos brazucas, os aumentos americanos podem ser considerados ridículos, pois facilmente recebemos levas maiores de altas sazonais devido à indexação da economia, além da alta carga tributária e juros altos.
Para uma economia com juros próximos ao zero, qualquer elevação neste momento teria um efeito multiplicador negativo. Longe do exagero midiático de uma recessão, mas condenaria ao arrasto o já lento processo de recuperação da economia americana.
Temos pela frente ainda a discussão de um maior teto para a dívida nos EUA, a revisão do atual modelo de crescimento econômico brasileiro e as perspectivas de mudanças com a atual gestão renovada na China.
O espaço para um ano bom existe, assim como para outro ano ruim. Na média, podemos esperar aquilo que já temos: um crescimento fraco, com Europa ‘patinando’, EUA lentamente se recuperando, enquanto China e Japão torcem para que tudo dê certo, pois são os seus maiores credores.
Neste cenário de juros baixos e falta de opções de investimento, há um forte cheiro de vegetais, metais e energia no ar. As commodities podem voltar à moda, caso o crescimento econômico comece a dar sinais mais concretos, pois juros e bolsas de emergentes ainda estão longe de serem opções atraentes de investimento aos grandes detentores de grana.
Por fim, espero o melhor, mas me preparo para o pior, pois os últimos cinco anos me deixaram altamente cético e desconfiado.