Chega de dizer que o Brasil está polarizado.

Isso é um simplismo de cientista político preguiçoso, até maldoso.

Polarização pressupõe debate livre. Não tem! Então, não existe.

No Brasil, há um consórcio, uma oligarquia político-jurídica à esquerda que oprime a direita com o poder da mão pesada do Estado.

A tal “polarização”, repetida à exaustão, é uma narrativa que só beneficia a oligarquia que tomou o poder nessa coalizão Supremo-Lula.

Debate ideológico de dois ou mais atores políticos ou tendências sempre existiu no país,
desde os que defendiam ou não a nossa independência de Portugal, os pró e contra a abolição da escravidão, os republicanos e os monarquistas a favor do império, passando pela a Revolução de 32 que, dada a incompreensão de muitos – os “em defesa da democracia” da época, resultou no opressor Estado Novo de Getúlio Vargas. Vieram ainda todos os outros momentos de polarização ideológica ou resistência passando por Juscelino, Jânio, o regime militar e a transição para a democracia entre Arena e MDB. Depois, mais recentemente, Collor-Lula, FHC-Lula, tucanos e petistas e, finalmente, Lula-Bolsonaro.

Ou seja, polarização de ideias e de grupos não é novidade. Que se pare com essa bobagem e a sua inequívoca pretensão de manipular a opinião pública. Ela, a opinião pública, já percebeu a manobra de cientistas políticos e consultores que querem desconsiderar as arbitrariedades inconstitucionais que estão atacando o Brasil.

Até porque, neste momento, há uma novidade com a qual essa gente pretensiosa que quer pautar o debate brasileiro não está conseguindo lidar: a chegada – pra ficar! – de muito mais brasileiros livres dos manipulados sindicatos e “organizações sociais”, os puxadinhos do atual governo, no debate político.

Isso provocou um refinamento na discussão entre os modelos: do lado do atual governo, estatistas perdulários com forte ineficiência do Estado e na bagagem os maiores casos de corrupção da história do país, além de comunicação populista já em decadência no convencimento porque perdeu as ruas. Do outro, o liberalismo econômico com conservadorismo nos costumes, baseado em redução da máquina pública, liberdade de mercado e protagonismo das pessoas sob a lógica constitucional da garantia das liberdades, apesar da comunicação barulhenta do governo anterior que pode lhe ter custado votos, o que não afeta o valor adicionado no debate público, hoje perseguido pela oligarquia que está no poder e seus consórcios, como o da imprensa carente de verbas estatais.

Resumir o momento brasileiro a uma polarização do tipo falsa “defesa da democracia” com supressão da liberdade e dos direitos do outro lado é, no mínimo, desonestidade intelectual.

Mas é bem mais que isso, sabem os brasileiros: é subterfúgio com o argumento de debate político para tentar escamotear a opressão vigente que ofende a democracia e a Constituição brasileiras.