Primeiro assunto: A classificação soberana do Reino Unido foi rebaixada pela Moody’s de AAA para AA1. Grandes coisas! Após os eventos da crise de 2008, as agências de classificação de risco tem tanta credibilidade quanto alguns políticos brasileiros, ou seja, nenhuma.

Segundo assunto: Este sim de grande relevância. Após a ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) onde se abriu a possibilidade do fim ou redução do programa de elevação de liquidez (Quantitative Easing – QE3), o mercado aguarda com grande ansiedade quaisquer palavras dos membros do Federal Reserve.

Assim, os dois testemunhos de Ben Bernanke diante do senado na terça (26/2) e no congresso na quarta (27/2) deixarão os investidores de “orelha em pé” para qualquer sinalização que o chairman possa dar.

Possivelmente o mercado se frustrará, pois Bernanke tenderá a seguir a linha da ata e não dar muitos novos detalhes, mesmo por que o que foi sinalizado é um processo ainda de comunicação, mais ou menos como “o gato subiu no telhado”. No geral, o mercado tende a altas, independente do resultado destes testemunhos, portanto atenção total.

Afora isso, a semana conta com uma agenda muito carregada em termos de indicadores, onde se destacam o desemprego e o PIB no Brasil, além do mercado de trabalho e atividade econômica nos EUA.

Terceiro assunto: As eleições majoritárias na Itália. Continuamos a falar de relevância. A disputa é acirrada e se divide entre Mario Monti, o atual primeiro ministro com um histórico acadêmico e profissional notório; Silvio Berlusconi, o misógino ex-ministro, envolvido numa série contínua de escândalos sexuais; Beppe Grillo, um ex-palhaço e humorista que segue a linha antissistema e; Luigi Bersani, que quer resgatar as politicas sociais que colocaram a Itália na atual situação.

A preocupação internacional é que exatamenteo o candidato melhor visto, Monti está em último nas pesquisas e o primeiro lugar se divide entre Bersani e Berlusconi, ou seja, duas opções para qual os investidores não querem.

Berlusconi carrega o risco da ingovernabilidade, pois tem inimigos figadais no congresso e Bersani pode por a perder tudo que foi até agora alcançado pelo país em termos de reformas.

Com isso, a terceira economia da Zona do Euro ganha um grande potencial de adicionar mais volatilidade ao extremamente frágil cenário de recuperação em andamento e alia-se isso ao “sequester” que não recebeu ainda nenhuma solução nos EUA, podemos passar durante a semana do céu ao inferno nos diversos ativos do mercado.

Mais do que nunca, olho nas notícias, na agenda e nas autoridades.