A dificuldade de leitura do cenário em um mundo polarizado.

Não importa o que se diga, os torcedores e os apaixonados distorcem tudo, com um provinciano simplismo.

Pensando no evento mais recente da Casa Branca temos: Não se pode culpar a Ucrânia do legítimo direito de se defender de uma invasão.

Muito pelo contrário.

Porém, não seria incitar a 3ª guerra mundial alimentar um conflito que não vai progredir, em que a capacidade militar humana está dizimada, que há dúvidas para onde foi parte do armamento cedido e ganho territorial só ocorrerá, caso outros países entrem literal e diretamente no evento?

A Rússia diz ter suas razões para deter o avanço da Otan em suas fronteiras e que avisou constantemente do perigo para tal insistência.

Até aí, a Rússia está errada em fazer o que fez, porem, por razões que infelizmente não se pode negar estarem, no ponto de vista geopolítico, corretas.

É a versão século XXI da crise dos mísseis de Cuba, que quase escalou para uma guerra nuclear. Zelensky quer duas coisas: ou vencer a guerra com intervenção direta de países europeus e especialmente, os EUA, ou um fluxo constante e infinito de grana pra “proteger a Europa da invasão russa”, a custa das milhares de vidas de jovens ucranianos.

Já Putin gostaria de criar a Ucrânia sob intervenção russa, com autonomia política, porém com mandantes obedientes ao Kremlin.

No mínimo, ele quer manter a Crimeia, que já era um conclave russo na região, mais uma série de regiões produtoras de minérios. A solução, na minha humilde opinião, deve ser diplomática e não militar, dado que pode-se criar um eixo que, além da Rússia, pode incluir a China, aproveitando para invadir Taiwan e mais alguns países do Oriente Médio.

Quem quer isso? A solução nunca será simples. Sobre os recentes eventos vergonhosos na Casa Branca, vamos lembrar que até Biden se irritou em algumas ocasiões com Zelensky, dada a constante e insistente demanda por mais dinheiro.

Trump tem muito menos filtro que Biden, muito menos e a postura que sim, foi desrespeitosa por parte do presidente ucraniano, escalou pela ausência, infelizmente, de um “adulto” na sala.

Trump partiu ao ataque, Vance e Zelensky também, para o mundo todo testemunhar.

Novamente, aqui não há chancela nos atos de Putin, porém a Ucrânia é um mero peão em um xadrez geopolítico em que a Europa tem inegável participação e os EUA, até muito recentemente, foi o principal incitador.

Era uma guerra que não deveria ter acontecido, mas já que aconteceu, seu fim depende de diplomacia. Ou vocês acreditam mesmo que a Europa vai convocar seus jovens para morrer numa guerra contra o eixo russo? Ou que isso não vai incitar uma escalada nuclear?

Só alguém muito ingênuo acredita que “uma força militar pan europeia, com o apoio dos EUA, entra no conflito, vence a guerra, sem necessidade de uso de armas nucleares, avança até o Kremlin, depõe o Putin” e que isso tudo acontece sob os olhares passivos da China.

Essa força militar europeia é que sustenta o euro dolar em alta consistente, até ao menos quando ocorrer um processo duradouro de paz.