Já agradeceu ao seu político hoje? Mais uma vez, como nos últimos quatro anos, os políticos tem papel decisivo no agravamento do sentimento médio da população e demonstram o quão nociva a classe se tornou para a economia mundial.
Um dos primeiros problemas começou com as votações na Grécia para a adequação às normas da Zona do Euro, as quais foram severamente atrasadas pela questão política. Movimentos semelhantes ocorreram na França, o que ocasionou a perda da eleição por Sarkozy, mas também houve uma série na Itália, Espanha e até mesmo Reino Unido.
Desde o conjunto da Zona do Euro, até as nações isoladas, não houve em nenhum local em que o problema político não tenha sido um elemento de incremento da crise deflagrada em 2008.
Nos EUA, o caso é um dos mais graves. Desde a perda da maioria na câmara para os republicanos, a vida do presidente Obama não é nada fácil e os reflexos disso continuam até hoje, onde o abismo fiscal se aproxima perigosamente, porém o componente político parece importar mais.
A vendeta republicana tende a ter implicações mundiais e a inconsequência por um idealismo retrogrado pode colocar o mundo em um novo ciclo recessivo, dessa vez com consequências mais graves devido à delicada situação dos países neste momento.
Por aqui, nada novo. A ocorrência de um segundo mergulho recessivo tende a ser muito pior do que 2008, onde possuíamos o suporte de um fluxo intenso de capitais, preço internacional de commodities elevado e o inedistismo da situação.
Neste momento, o desemprego se mantém em baixa e sustenta o crescimento medíocre que o Brasil tem apresentado, porém, qualquer reversão deste padrão atual de consumo pode deflagrar um ciclo de perda de postos de trabalho e de confiança sem precedentes.
O componente político é certamente um dos mais presentes aqui no Brasil. Mesmo que ele tenha efeito limitado no sentimento médio dos investidores, diferentemente do que ocorria há cinco ou sete anos atrás, a falta de vontade política para se colocar em pauta mudanças importantes para o país trava todas as possibilidades de um crescimento sustentável.
Praticamente sem oposição, o atual governo em seus dez anos somente avançou ao alterar os indexadores da poupança, os quais não permitiam uma queda mais expressiva dos juros.
Em outros quesitos, tudo tem sido “empurrado com a barriga”, ou seja, temas polêmicos simplesmente não chegam ao congresso. O conjunto de reformas necessárias para o bom funcionamento do Brasil e até para uma blindagem da crise sequer está em pauta.
Reformas tributária, fiscal, previdenciária, trabalhista e política são ilusões mais que distantes e provam que, independente da qualidade do seu voto, os políticos tem sido cada vez mais um elemento desagregados.
Portanto, já agradeceu ao seu político hoje?