E a tal realização que não vem. Ontem, a falta de um acordo no parlamento do Chipre para a aprovação de um imposto sob as contas correntes falhou e por alguns instantes, a correção parecia certa no mercado.
Parecia, pois com quedas inferiores a 0,5%, inclusive com alta no Dow Jones é impossível crer que o mercado realmente considere este o momento da correção.
Sinto-me obrigado a repetir: uma ilha com um milhão de habitantes e berço de lavagem de dinheiro da máfia russa não é motivo para pânico. Para outras coisas talvez, menos para pânico.
Possivelmente é este o ponto de vista do mercado financeiro e por isso a falta de força na realização de lucros. Mais do que uma correção, o mercado necessita um rumo, pois há um claro e preocupante inchaço no mercado de bônus americano, enquanto o mercado acionário parece ainda ter folego e commodities perdem força em diversos ativos.
Muitos diriam que a falta de força no preço do cobre é um sinal preocupante de que as economias industrializadas não estão se recuperando de verdade, mas esquecem de dizer que somente metade destas economias está em processo de reversão das perdas.
O restante está embaralhado na Europa mediterrânea e sofre a cada evento como o do Chipre ou as indefinidas eleições italianas. Por isso a demanda pelo cobre ainda não reflete a recuperação dos EUA, Japão, China, Reino Unido e Alemanha.
Nos EUA, o processo ainda insípido de reindustrialização e a recuperação do setor imobiliário são o feno perfeito para os touros (bullish – comprados) do mercado acionário.
Todavia, insisto na necessidade de uma saudável correção dos ativos, pois mesmo que muitas ações estejam com seus preços atraentes, uma parcela significativa do mercado pode se tornar sobrecomprado em muito breve.
E por aqui, como sempre, vemos a carruagem passar e continuamos a ladrar para a bolsa.