O Banco Popular da China (PBoC) reduziu a taxa de compulsório e injetou liquidez no sistema bancário, como parte de um esforço contínuo de Pequim para buscar a meta de crescimento de 5% em 2024 e mais uma série de estímulos fiscais são esperados antes do feriado de 1º de outubro (Semana Dourada), após uma reunião do Partido Comunista que destacou a urgência das dificuldades econômicas.
Além disso, a China pretende emitir cerca de ¥2 trilhões (US$ 284,43 bilhões) em títulos soberanos especiais para reforçar seu pacote fiscal.
Ontem, foram levantados ¥11 trilhões para subsídios em programas de substituição de bens de consumo e modernização de equipamentos comerciais, o que também financiará uma bolsa mensal de ¥800 (US$ 114) por criança para famílias com dois ou mais filhos.
A China ainda planeja emitir mais ¥1 trilhão em dívida para ajudar governos locais com suas obrigações financeiras.
Para tentar estimular o mercado imobiliário, cidades como Xangai e Shenzhen planejam flexibilizar restrições à compra de imóveis, seguindo o exemplo de cidades menores, para aliviar a prolongada crise imobiliária.
Isso ocorre, pois mesmo em crise, os chineses tinham grande dificuldade em acessar crédito para habitação nos bancos regionais, além de problemas mais antigos em construtoras como EverGrande, que ainda ecoam por toda a economia chinesa.
O problema do setor criou uma série de pressões deflacionárias e a baixa confiança do consumidor foi agravada pela dependência da China em exportações, num contexto global de demanda estagnada e temores de que uma vitória republicana nos EUA traga ainda mais restrições comerciais, na linha que vem ocorrendo na Europa, especialmente com veículos elétricos.
A potência chinesa continua limitada ao poder de fogo do governo, especialmente ao se inserir tão fortemente na economia global.
Com isso, mais planos “contracíclicos” devem surgir, criando ânimo à tese econômica mais heterodoxas, ainda que seja o mais claro sinal de seu esgotamento.