Sabemos que a gasolina nos EUA responde mais rápido do que no restante do mundo às mudanças no petróleo, mas o interessante é quando o preço na bomba ganha um topo estranho como agora, comparativamente aos anos anteriores.

Vimos entre 2005 e 2015 dois booms do preço do petróleo que afetaram o preço nas bombas nos EUA, mas que raramente superavam os US$ 4 o galão, mesmo com o petróleo internacional em alta.

Aí tivemos o óleo de xisto bombando em 2014 e 2020, quanto a “esperteza” do novo governo foi de atacar esse modal energético e fez a gasolina superar US$ 5 o galão pela primeira vez na história recente americana (desinflacionado) em 2022.

Agora, nada rompe os US$ 3, mesmo com o retorno do xisto e o petróleo em baixa por um período longo de tempo.

Esse é o cenário de pior dos casos, pois em pouquíssimo tempo, criou-se uma cultura inflacionária que cria pisos de preços, mas nunca tetos e para desvencilhar tal cultura da população, demanda-se um choque econômico como do plano Real, coisa que não vai acontecer nos EUA, em vista a enormidade do déficit público.

O encilhamento está aí, à vista de todos.

Um fato interessante.

O Brasil tem cidades melhor adensadas do que nos EUA.

Ainda que existam muitas dificuldades, centros urbanos brasileiros permitem se viver “sem carro”, dependendo da região aonde se mora.

Existe um comércio local bastante intenso nos bairros e periferias, as cidades muitas vezes possuem centros comerciais relativamente bem definidos, shoppings, além de uma série de comodidades urbanas que permitem se viver “a pé”.

Nos EUA, no máximo em NY e Chicago é que se tem esse tipo de “comodidade”, especialmente alinhada com transporte público, ou seja, vive-se sem carro.

No Brasil, com exceção de Brasília, boa parte dos centros urbanos são mais parecidos entre si do que nos EUA.

Atentem-se para o detalhe do tamanho das cidades, como o Brasil tem cidades maiores e melhor adensadas do que as americanas, sendo que 7 das 10 maiores capitais tem mais de 2 milhões de habitantes, enquanto nos EUA, somente 4 das 10 capitais tem mais de 2 milhões.

Eis um dos fatores da enorme dependência dos americanos de carros e como o preço do petróleo impacta a vida diária.

Apostamos que muitos imaginavam parte das cidades americanas como enormes centros urbanos, cheio de pessoas.

Hollywood ajuda nesta percepção, mas a realidade é essa.

Cidades relativamente “pequenas”, com centros urbanos limitados e dependência enorme de veículos para se locomover.