O IPCA-15 de outubro registrou inflação de 0,54%, (MoneYou: 0,49%) superando o topo da mediana do mercado, com 4,47% em 12 meses (MoneYou: 4,44%)

Alimentação vem num processo constante de reflação, em meio a questões climáticas e sazonais, afetando diversas culturas, além do câmbio, criando impacto de custos.

No lar, a alimentação passou de leve deflação para inflação de 0,95%, puxado pela alta de 4,18% em carnes.

Habitação absorve os impactos mais completos das mudanças recentes de bandeira tarifária, saindo de 0,59% para 1,72%, puxado pela alta de 5,29% em eletricidade e em transportes, a gasolina saiu de deflação de -0,66% para estabilidade.

O maior impacto negativo, em partes pela redução de demanda sazonal e custos mais altos pelo câmbio foram passagens aéreas, caindo -11,40% ante inflação de 4,51% anterior.

Por fim, com a alta de energia elétrica, preços administrados subiram 0,91% ante alta de 0,16% anterior e livres com alta de 0,41%, ante 0,12%.

Bens duráveis caíram para alta de 0,06%, ante 0,26% anterior, porém não duráveis saiu de 0,01% para 0,77% e semi de -0,01% para 0,40%.

O peso maior vem de serviços, ponto que havia criado alívio ao Banco Central na medição anterior para a condução da política monetária, porém todas as pressões voltaram aos níveis anteriores, reforçando a política restritiva do COPOM.

Serviços saíram de 0,17% para 0,27% e subjacentes de 0,0% para 0,59%, com núcleo Ex0 saindo de 0,15% para 0,26%.

Em resumo, a qualidade de desinflação observada no IPCA anterior se reverteu por completo na medida atual, levando inclusive a piora em indicadores absolutos (anuais), ou seja, não foi somente uma questão marginal.