Este artigo é continuidade de “O boom da soja no século XXI – 1”
Veja abaixo a expectativa de produção para os três países ao longo de 2013.
Com aumento de 21% na oferta de soja nos países sul-americanos, o quadro de oferta e demanda global tende a voltar a ficar confortável, podendo levar o preço a recuar pelo menos US$ 3,00 em relação ao preço spot (US$ 14,50) ao longo do segundo semestre.
Porém, a safra norte-americana ainda não foi nem plantada e caso tenhamos uma nova quebra por lá, teremos um alongamento do período de preços bastante elevados, como observamos nesse momento.
Apesar da expectativa baixista de preço para o segundo semestre, a tendência é o preço da soja se estabilizar no mínimo 30% acima do preço verificado na média dos últimos 22 anos no longo prazo.
A alta no preço da soja no século XXI veio para ficar, independente dos avanços tecnológicos visto constantemente na agricultura. A demanda chinesa será sem dúvida o grande motor de sustentação do preço da oleaginosa nesse século e risco de produção estará sempre presente, proporcionando ainda mais volatilidade ao preço desse importante produto fornecedor de proteínas para nossa alimentação.
Agora, imaginem se a China tivesse uma renda per capita similar aos países desenvolvidos, qual seria o preço da soja nos dias de hoje? US$ 30, US$ 40? Não sei. Mas sem dúvida alguma, a desigualdade social no mundo seria ainda muito maior.
Na década passada, a China exportou deflação ao mundo com seus produtos manufaturados a preço de banana. Porém, na década atual já exporta inflação ao redor do globo através dos preços dos alimentos, devido sua crescente demanda por comida e essa tendência veio para ficar com bastante força.
Projetando o quadro do milho para o futuro é que melhor se explica essa colocação.
No próximo artigo estarei falando do milho, que tem tudo para ganhar grande importância na pauta de exportação brasileira, assim como já ocorre atualmente com a soja.