Entre insanos que não se candidatam para governar a Itália, o insano que governa a Coréia do Norte e o insano que quer replicar o modelo cipriota de controle de capitais para outros países da Zona do Euro, podemos dizer que passamos por dias também… insanos.
A abertura dos bancos no Chipre amanhã deve demandar um nível extra de segurança, pois a população enfurecida tentará a todo custo retomar ao menos uma parte daquilo que está depositado, mesmo que esteja fora da faixa de taxação aprovada pelo governo e sugerida pelo EuroGroup.
Neste cenário, o Euro tem a maior baixa em quatro meses e a confiança do europeu no futuro se esvai a cada pesquisa. Incrivelmente, tal cenário não segue muito fora daquilo que se esperava para o continente desde o ano passado.
Novos Chipre, Itália ou Grécia são completamente passiveis de surgirem nos próximos meses ou anos e a cada rodada, profecias sobre o fim da Zona do Euro surgirão, de retirada dos “mais pobres” ou de germanização do bloco.
A única coisa certa é a incerteza, pois o mundo raramente passou por um momento tão indefinido em termos econômicos.
A volatilidade é tanta que alguns investidores têm preferido passar um tempo fora do mercado, isso mesmo, fora do mercado e buscado alternativas em private equities e outros ativos operados fora dos mercados “de bolsa” (ações, futuros, derivativos, câmbio, etc.). O problema é que parte destes investimentos conta com a premissa de uma recuperação econômica.
Contar com essa premissa é outro problema, pois é exatamente a falta de rumo na economia global que tem levado a tais movimentos tão erráticos. Como já citei anteriormente aqui, temos um cenário com emergentes, um cenário com G8, um cenário com Zona do Euro mediterrânea, um com Ásia e nenhum deles combina direito com o outro.
Nós vemos inseridos desde projeções de crescimento econômico e recuperação da crise até desemprego em massa e desgovernos. Nos EUA, o cenário de crescimento dos setores que até agora tem puxado a recuperação econômica (imobiliário e automotivo) pode se beneficiar da primavera, o que pode ocorrer também em outros países do hemisfério norte.
Porém, do que adianta tal crescimento econômico se os pares internacionais de nações industrializadas ricas não consegue acompanhar tal ritmo?
Muitos diriam NADA, porém neste cenário insano, é possível que o crescimento continue desordenado e desconexo, ou seja, EUA, Alemanha, Reino Unido, Japão e China podem se recuperar independente do restante do mundo, principalmente da Zona do Euro.
Aparentemente, está mais fácil entender as relações de incerteza de Robertson-Schroedinger do que o atual cenário mundial.