Apesar da atual reação do petróleo em meio ao possível conflito entre Israel e Líbano, há limitações no impacto no preço da commodity, ao menos em quanto o conflito permanecer geograficamente limitado.
O Líbano é o 64º consumidor mundial e produz zero barris, sendo totalmente dependente das importações.
Israel é o 51º em consumo e 95º em produção, importando 94% da sua demanda interna.
O Irã é o 7º produtor mundial, com a 4ª maior reserva, porém está sob sanção de diversos países e assim como a Rússia, opera em partes no mercado negro.
A oferta cresceu mais fortemente nos últimos meses, com produtores de xisto nos EUA conseguindo alternativas para desviar da hostilidade do governo Biden com o setor e proveram uma significativa oferta global, que levou à queda forte da commodity.
O dólar forte também atinge o preço e o retorno pós-pandêmico teve impacto limitado no consumo, dada a inflação “na bomba”, que não refletiu a recente queda de preço em nível global.
Trades especulativos também tem impactado os preços, com a falta de momentum mundial de atividade econômica, traders antecipam uma redução na demanda e/ou um aumento na oferta, aumentando as posições vendidas nos contratos futuros, derrubando ainda mais os preços.
Portanto, o atual movimento de alta parece mais uma oportunidade de entrada após o barril atingir o pior preço em 18 meses, do que se sustentar em fundamentos de restrição de oferta.
Por enquanto, mesmo com aversão à Israel, o conflito não atrai outros países, dadas o ‘fosso’ de diferenças ideológicas entre os árabes (a maioria) e os persas (iranianos e afegãos).
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